Vitalino não tinha jeito mesmo. No mesmo dia de seu quase funeral, conheceu uma viúva que, em prantos, pedia clemência. Entusiasmou-se com a bondade de Dona Rosinha, a viuvinha e arriscou o que classificou de um “galanteio educado”: “Sinto muito pela morte de seu marido. Não tive a felicidade de conhecê-lo, mas sei que ele tinha muito bom gosto. Se algum dia a senhora sentir falta dele, por favor, dê para mim a preferência”, disse. Apesar de receber um sonoro tapa no rosto, Vitalino não desanimou e tanto fez que acabou amigo de Dona Rosinha, acompanhando à mercearia, ao açougue e até ao médico.
Foi nesse último que Vitalino entrou com a viúva para uma consulta. Ela sofria de “corrimento” e não sabia como falar com o Doutor Élcio. A filha mais velha de Rosinha logo corrigiu Vitalino: “Não fala “corrimento na buceta”, fala “corrimento na vagina”“. E lá foram Vitalino e Rosinha para o consultório. Na ante-sala ficou a Margarida. Quinze minutos depois o médico ainda não sabia o mal que atacava Rosinha. “Ela está com um problema na... um problema na...”, repetia Vitalino, não se lembrando do conselho da enteada Margarida. O médico já estava nervoso até que Vitalino levantou-se, abriu a porta do consultório e gritou para que os outros cinqüenta pacientes ouvissem:
“Margaridinha, qual foi mesmo o apelido que você colocou na buceta da sua mãe?”
E Vitalino entendia mesmo da genitália feminina. Tanto que era o guia de caixeiros-viajantes que passavam por Viamão. Um deles quase irritou o cicerone. Depois de um mês na cidade, perguntou ao Vitalino onde ele encontraria uma mulher da vida. “Lá na égua”, respondeu o guia que logo passou a acompanhá-lo. Os dois desceram uma ladeira, atravessaram um brejo e, na margem de um rio, encontraram uma égua amarrada. O viajante, afoito, apressou-se em desabotoar a calça, puxou o animal até um pequeno barranco e, já ofegante, ouviu o grito do Vitalino: “Ô jegue, essa égua é só para a gente atravessar o rio. As mulheres moram do lado de lá e não temos ponte por aqui”.
Foi nesse último que Vitalino entrou com a viúva para uma consulta. Ela sofria de “corrimento” e não sabia como falar com o Doutor Élcio. A filha mais velha de Rosinha logo corrigiu Vitalino: “Não fala “corrimento na buceta”, fala “corrimento na vagina”“. E lá foram Vitalino e Rosinha para o consultório. Na ante-sala ficou a Margarida. Quinze minutos depois o médico ainda não sabia o mal que atacava Rosinha. “Ela está com um problema na... um problema na...”, repetia Vitalino, não se lembrando do conselho da enteada Margarida. O médico já estava nervoso até que Vitalino levantou-se, abriu a porta do consultório e gritou para que os outros cinqüenta pacientes ouvissem:
“Margaridinha, qual foi mesmo o apelido que você colocou na buceta da sua mãe?”
E Vitalino entendia mesmo da genitália feminina. Tanto que era o guia de caixeiros-viajantes que passavam por Viamão. Um deles quase irritou o cicerone. Depois de um mês na cidade, perguntou ao Vitalino onde ele encontraria uma mulher da vida. “Lá na égua”, respondeu o guia que logo passou a acompanhá-lo. Os dois desceram uma ladeira, atravessaram um brejo e, na margem de um rio, encontraram uma égua amarrada. O viajante, afoito, apressou-se em desabotoar a calça, puxou o animal até um pequeno barranco e, já ofegante, ouviu o grito do Vitalino: “Ô jegue, essa égua é só para a gente atravessar o rio. As mulheres moram do lado de lá e não temos ponte por aqui”.